As histórias simples são quase sempre as mesmas: as pessoas nascem e crescem num determinado sítio, mais tarde, estudam e, ou continuam a estudar ou começam a trabalhar. Trabalham no lugar onde nasceram ou mudam de lugar para procurar uma vida melhor e viverem outras experiências.
"Vai com o Vento" é uma história assim. Ao filmá-la procurei encontrar nas personagens a complexidade destas decisões de forma a percebê-las (e perceber-me) melhor.
No início de 2008 fui a Quingtian, Zhejiang, a cerca de 700 quilómetros a sul de Xangai, encontrar Wang Ping que tentava emigrar para Portugal.
Sentei-me frente a frente com ele (e com outras personagens). Procurámos a autenticidade dentro de cada um de nós e nas nossas culturas.
Acabei por segui-lo até Lisboa e encontrar-me com ele uns meses depois de ele estar instalado.
Na China, quando alguém se despede de quem vai partir numa longa viagem diz-se: “Vai Com O Vento”.
Fizemos esta viagem e este filme juntos porque o tínhamos de fazer. E assim ficámos mais nós.